quarta-feira, 31 de julho de 2013

Em busca do sonho à Luz da Arrábida - Pedro Rodrigues "The Dreamer Cookie"

Antes de que alguém se ponha com ideias erradas, aproveito para esclarecer, desde já, que não tenho como intenção dar graxa ou embarcar na carruagem da popularidade da pessoa/grupo em questão, para além de não haver grandes razões para tal coisa (na minha opinião pessoal), não pretendo assumir glorificar ou criticar ninguém pela sua personalidade/caracter, senão teria muita "roupa suja" para lavar (risos), deixo isso ao cargo do Flávio Furtado e à sua cruzada contra os "VIPs do Croquete", mas sim, dar conhecer a história de uma pessoa, que até ao momento, nunca deixou de sonhar, apesar das inúmeras tentativas e sugestões para este "acordar". No dia 29 de Julho de 2013, a cidade de Setúbal concedeu a oportunidade à banda intitulada "Freak Cookie", composto por Leandro Rodrigues (Vocalista/Baixista), Ricardo Lourenço (guitarra) e Pedro Rodrigues (Baterista), tendo nessa noite, o apoio especial de João Medley e Gonçalves, enquanto Baixista, de pisar o mesmo palco, na feira de Santiago, que outras bandas setubalenses, com um certo grau de pestígio, como os "Hills have eyes", "More Than a Thousand", "The Doups", e outros artistas conhecidos a nível nacional e pelo estrangeiro. Sendo a primeira oportunidade desta banda jovem, com somente dois anos de existência, de tocar num recinto maior, em relação aos restantes concertos que participaram, esta se encontrou determinada de mostrar ao público presente ,num concerto de 12 minutos, todo o seu esforço, suor e dedicação acumulada, ao deixar uma boa primeira impressão, e simultaneamente provar o seu valor e conquistar o máximo de terreno possivel, num circuito recheado de bandas e artistas "famintos" em deixar a sua marca dentro da região e a nível nacional. Quando a noite chegou ao fim, os elementos da banda, não só revelaram o seu continuo processo de crescimento, mas renovaram a sua reputação. enquanto artistas, ao completarem com sucesso a sua missão da noite, sem recorrer ao reportório habitual/conhecido pelos seus fãs habituais, fazendo do seu sucesso, mais uma etapa na sua evolução, dando o proveito ao público, de assistirem ao inicio da maturidade de uma banda que ainda não se encontrou no seu pleno auge. Como uma pessoa que aprecia uma boa história de vida, dentro do mundo da música, ao ler biografias de músicos miticos como John Lennon e Kurt Cobain, e visionar filmes e documentários sobre Brian Wilson e os Beach Boys, Nirvana, Sex Pistols, Johnny Cash, Alice Cooper, Beatles, Michael Jackson, Elvis Presley, entre outros... Penso que é sempre bastante especial quando temos oportunidade de acompanhar a história de uma pessoa, que ainda se encontra por desvendar, especialmente se for um amigo de longa data. Independentemente de já não nos lidarmos com tanta regularidade, e haver pessoas, neste momento, muito mais próximas e ligadas ao Pedro Rodrigues, do que eu, como os membros da própria banda, amigos de escola, namorada e outros, no entanto, posso declarar com toda a minha lata, de que poucas. foram as pessoas que lidaram com este rapaz, o mesmo número de anos que eu, quando nos conheçemos, eramos apenas miúdos de 8 anos, e já nessa altura a magia da música cativou este rapaz, ao ponto de simularmos concertos na casa dele, ao som dos Delfins, à frente dos peluches que tinha no quarto, e quando calhava havia noites, enquanto estávamos sentados ao de um café perto da sua casa, onde ele, ocasionalmente, pegava em jornais e revistas e utilizavas como baquetas e punha-se a tocar. Como toda boa amizade, partilhamos juntos, uma infância e adolescência recheada de músicas e sonoridades, aliás a partir dos 11 anos, lembro de escrevermos, cantarmos e gravarmos músicas para o seu leitor de cassetes, cada um cantava a sua música, e já nessa altura ele era o baterista, num tambor de brincar, até gravámos uns 6 Álbuns enquanto a banda "Impérialz", com mais de 5 membros, mas só nós os dois, e casualmente um amigo nosso, estavamos presentes todos os sábados. Com a adolescência a bater à porta, a partir dos 12 anos fomos os "Superialz", uma banda de "skiffle" rasca, digamos assim (risos), pois práticamente eramos 3 putos idiotas a divertirmos e tocarmos em vassouras, baldes, flautas e cavaquinhos numa garagem, aos 13 anos decidimos ser "Punk boys" e tocarmos canções de Nirvana, irónicamente, foi nessa banda que tive o meu primeiro contacto com o piano (e em relação agora, SUCKAVA a valer, por falha de atenção a tocar em duas teclas...tanah!(8)she's over bored and self assured...), aos 14 anos (sim cada ano, era uma banda diferente) fomos os "FREAK COOKIE" (yup...leram bem, eu fui um original...blehhhh!;p), mas muito menos talentosos, profissionais e coordenados do que os atuais (risos). Eu tenho de confessar que não devia ter sido fácil para o Pedro naquela altura, e agora imagino a frustração que ele deve ter tido, inúmeras vezes por ver que ninguém, eu inclusivo, estava disposto a levar a música com o mesmo grau de intensidade que ele levava, até eu cheguei a questionar a sua "estupidez" de seguir ou levar tão a sério algo que para mim só tinha como certeza, uma vida desperdiçada, mas ao contrário de mim ,ele já tinha uma inspiração musical definida, a banda Limp Bizkit. Após um número excessivo de tentativas, levando a coisa mais na desportiva, aos 15 anos chegámos os Nestum (uma pobre imitação de Comme Restus) e tocávamos com cada música..., dantes ainda tinhamos planos em voltarmos a tocar, após 1 ano e meio de duração, mas por força do destino, e agora tenho a certeza que ele não queria voltar a repetir a experiência, foi o fim da nossa jornada de "bandas de brincar". É de admirar, que desde que o conheci com 8 anos, um rapaz daqueles já sonhava em fazer da música algo da sua vida, numa idade que maior parte das crianças apenas sonhava em receber o jogo de consola mais recente no mercado pelo seu aniversário e Natal, e trabalhava, utilizando apenas os recursos que tinha disponiveis, para ter algum tipo de reconhecimento, e levar avante a sua paixão, numa altura, que de 3 em 3 meses surgiam bandas novas das escolas de música em Setúbal, e recebiam oportunidades de tocar em todo o tipo de sitio, só para acabarem, depois de pouco mais de 4 meses de duração, e isso deixava-me irritado, em saber que essas bandas transitórias, recebiam maiores oportunidades, em relação a projetos independentes, como o dele, com a banda Dead X Ample, salvo erro, que só com 3 ou 4 anos (com sorte...) teriam esse luxo. Por último, quase a chegar à idade adulta (agora já encontrada a minha inspiração musical "Limp Bizkit", através de melhor apreciação e estudo das obras letras/musicas de John Lennon, Paul Mccartney, George Harrison e Ringo Starr...) e com muita imaginação e vontade, de ambas as partes, e numa onda de descontração e diversão, decidimos fazer um ultimo projeto em conjunto, chamado "Free Rules", gravando duas músicas originais, uma chamada "Living Young as the Sun" e "Turn on the Heat" (a atual Summer Days dos Freak Cookie ehehe :p), apesar do projeto ter sido muito curto, com muita pena minha na altura, mas o tempo que durou foi muito gratificante. Agora, na idade dos 20, tenho um grande orgulho, ao ver e saber do trabalho de uma infância e adolescência inteira, de uma criança que simulava concertos a peluches, tocava com jornais enrolados,lápis e canetas, de uma miudo que tocava baquetas de brincar em tambores, de um adolescente que tocava guitarra e baterias "caseiras", a transformar-se no homem que vemos hoje, por detrás do palco e a fazer música na bateria, juntamente com os seus companheiros de banda, a subir lentamente na escada do sucesso e dar um show de rock. Isto para mim, é que é sonhar...